Muitos acontecimentos causaram impactos que afetaram o mercado no último ano e que influenciam diretamente a entrada do novo ano. Leia este artigo para saber quais são as previsões para o mercado de 2023.
Para o início deste ano, as previsões para o mercado e comércio exterior são de bastante movimento, tanto nas importações quanto nas exportações.
Muitos episódios do último ano impactaram o mercado, como a Guerra entre Ucrânia e Rússia, os efeitos da pandemia de covid-19 com novas variantes, o lockdown na China com a política de “Covid Zero”, as transições de governo em alguns países, o bloqueio no Canal de Suez, dentre outros que levaram ao aumento no preço dos fretes – principalmente no modal marítimo – escassez de contêineres, falta de insumos e, consequentemente, aumento em seus preços, etc.
No entanto, com o passar desses acontecimentos ou com o abrandamento deles, alguns fatores positivos surgiram, gerando boas perspectivas como, por exemplo, avanços tecnológicos, processos de desburocratização, a criação de novos acordos e outros aspectos que têm ajudado o Brasil a alavancar os resultados no mercado, revertendo os impactos dessas circunstâncias. Além disso, o Brasil é um país que está em constante desenvolvimento em sua base industrial, permitindo assim que sempre esteja dentro do cenário internacional e se estabeleça no meio de grandes players do mundo.
Hoje, o Brasil se encontra no 25º lugar entre os principais exportadores do mundo e na 27ª posição dos maiores importadores de acordo com dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, a balança comercial, divulgada e atualizada semanalmente pelo Ministério da Economia, auxilia a entender o andamento da economia dos países, bem como o parâmetro em que se encontra, a prever dados sobre o comércio e a possibilitar a elaboração de estratégias.
A última atualização de 2022, feita no dia 26 de dezembro, mostra que o setor de importações fechou o ano passado com um crescimento de 19,3% em relação ao ano anterior e obteve aumento em todos os setores, atingindo US$ 18 bilhões, sendo o setor da Indústria Extrativa o que mais cresceu, com 46,1%, já a Indústria da Transformação fechou o último mês do ano com 18,8%, e a Agropecuária, com 6,6%.
E apesar de todas as situações ocorridas em 2022, o Brasil fechou com resultados efetivos e teve desempenho satisfatório, trazendo boas expectativas para 2023, já que sua variação na balança comercial foi positiva, de 23,4% de janeiro a novembro, segundo informações do Ministério da Economia. Tanto que, para complementar, até setembro do ano passado as operações somaram US$ 8,49 bilhões, representando um aumento de mais de 200% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Principais Parceiros no Comex
Estados Unidos e Arábia Saudita foram os principais fornecedores, já a Argentina decaiu no último mês de 2022, porém, ao longo do ano, no acumulado de janeiro a dezembro, o país cresceu 29,3% em relação ao mesmo período de 2021 em exportação, e nas importações a Argentina cresceu 9,7%. Dessa forma, a corrente do comércio entre o Brasil e a Argentina foi expandida para 19,4%.
2022 se encerrou com um dos melhores resultados na balança comercial desde 1989, principalmente no setor de exportações, totalizando US$ 62,31 bilhões a mais do que importou, tornando-se o maior superávit da história.
Além disso, a valorização de commodities marcou o ano, sobretudo no aumento do consumo global, após a pior fase do pico da pandemia e da guerra no Leste Europeu entre Rússia e Ucrânia, que encareceu o preço de itens como fertilizantes. Entretanto, houve valorização do petróleo no mercado internacional e o Brasil aproveitou para gerar lucros nas safras de grãos.
Já a China, ainda que seja a maior economia do mundo e um dos principais parceiros do Brasil em comex e logística, viverá um momento de retomada gradual na balança comercial depois de sua recuperação da política do “Covid Zero”, visto que as operações logísticas desaceleraram no país durante este período. Portanto, será preciso ampliar suas relações internacionais e criar novos investimentos para voltar a movimentar a economia e não se deparar com a alta de preços e escassez de contêineres, como ocorreu durante essa longa sazonalidade.
Com essa volta gradativa à normalidade, os chineses poderão exportar mais a fim de recuperar em 2023 a demanda mundial e voltar a liberar o acesso às cidades no país para além dos serviços essenciais, fatores que podem facilitar a recuperação econômica.
Fretes Internacionais e Modais de Transporte
Representando aproximadamente 90% das importações e exportações, o modal marítimo é o mais usado para realizar transportes, já que é a opção ideal para movimentar cargas volumosas e que não possuem tanta urgência, além de ser o modal mais indicado para quem busca economizar.
No entanto exportadores e importadores preferem o modal aéreo, principalmente quando estão encarregados de produtos com valores altos que necessitam de urgência e podem transportar volumes menores. Inclusive, durante o ápice da covid-19, foi o modal mais utilizado diante das consequências da pandemia, visto que muitas mercadorias e insumos precisavam ser entregues com urgência e também foi preciso desviar-se da falta dos contêineres e do aumento do frete marítimo naquele período, fator que também ocorreu durante os bloqueios no Canal de Suez. Porém, neste ano, as taxas e fretes podem voltar ao seu nível pré-pandemia, mesmo que aconteça a partir do meio ou fim do ano.
Por isso, ainda que 2022 tenha encerrado com um dos melhores resultados, vale destacar que, apesar das previsões para o mercado neste ano novo serem boas pelas razões mencionadas, as empresas também precisam estar por dentro das constantes atualizações do segmento para traçar suas próprias estratégias, conseguir resultados positivos e continuar crescendo no comércio exterior, realizando operações de sucesso e fomentando a economia e as relações internacionais.
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